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10 de nov. de 2020

ALMIR SATER (1981)

 


Também conhecido como “Estradeiro” (a faixa de abertura), este foi o álbum de estreia do violeiro, cantor e compositor campo-grandense. Essa canção, aliás, simboliza bem o espírito desprendido do genuíno artista: “Cantei ao velho peão, fiz versos pra burguesia. E de quando em quando, o dono das terras falava: fique violeiro pois tem dinheiro e pousada... e eu viajar”. De certa forma, traduz a trajetória aventureira de Almir que abandonou a universidade de Direito para se dedicar à música.

O grande público que o conheceu depois de sua atuação em novelas ao lado de Sérgio Reis, de canções despojadas que caíram no gosto popular ou das parcerias com Renato Teixeira que renderam “manhas, manhãs, massas e maçãs”, talvez não saiba que Almir era em essência um violeiro. Mais que isso, liderou um movimento que trouxe um sopro de renovação à estigmatizada viola caipira aproximando-a de ritmos internacionais como o blues e o folk, universalizando-a e dando-lhe um status de respeitabilidade.

Sua performance pode ser melhor conferida na díade INSTRUMENTAL e INSTRUMENTAL 2, álbuns em que abre mão da vocalização para se concentrar no que melhor sabe fazer: tocar viola, a ponto de ter-se tornado um dos grandes instrumentistas do país.

Almir que vinha de trabalhos ao lado de Tetê Espíndola e Diana Pequeno, foi convidado pela Continental a gravar este primeiro álbum solo, talvez o mais autêntico e expressivo de sua discografia. Oito das dez músicas são composições próprias, quatro em parceria com o poeta Paulo Klein. Marca também o início de seu vínculo com os compositores Paulo Simões e Geraldo Roca (autores do hino “Trem do Pantanal”) e conta com a participação, na faixa “Canta Viola” de seu mestre de viola Tião Carreiro, cujo virtuosismo motivou-o a dedicar-se ao instrumento.

Sem abandonar a sonoridade caipira tradicional da viola de dez cordas incorporada a ritmos latino-americanos, faz incursões experimentais além de combiná-los (o que pode ser novidade para os ortodoxos no segmento) com boas letras. Como resultado, agrada públicos bem distintos que vão do sertanejo de raiz ao jazz/erudito. Participações: Tetê Espíndola, Alzira Espíndola e Paulo Simões.

Saiu em CD numa edição econômica remasterizada junto com outro disco de Almir, RASTA BONITO (1989).

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Faixas:

1. Estradeiro (Almir Sater , Paulo Klein) 3:35

2. Canta Viola (Almir Sater) 2:28

3. Semente (Almir Sater , Paulo Simões) 2:54

4. O Carrapicho e a Pimenta (Almir Sater , Paulo Klein) 2:39

5. Flor do amor (Almir Sater) 2:59

6. Aqui Agora Crianças (Geraldo Roca , Paulo Simões) 3:13

7. Velhos Amigos (Paulo Simões) 2:19

8. Luz Da Fé (Almir Sater , Paulo Klein) 3:03

9. Bicho Preguiça (Almir Sater , Paulo Klein) 2:38

10. No Quintal De Casa (Almir Sater) 3:50



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