Eumir Deodato tornou-se mundialmente conhecido em 1973 com sua celebrada interpretação de “Also Sprach Zarathustra”, popularizada alguns anos antes pela película 2001, UMA ODISSEIA NO ESPAÇO de Stanley Kubrick. A versão jazzística/swingada da épica peça sinfônica de Richard Strauss varreu o planeta fazendo do álbum PRELUDE um campeão mundial de vendas.
Tendo fixado residência nos EUA a partir de 1967, Deodato atuou
ao lado de nomes conceituados do jazz como Chuck Mangione, Wes Montgomery, Paul
Desmond, Tony Bennett e Frank Sinatra, do soul e do funk como Aretha Franklin,
Roberta Flack, Earth Wind & Fire e Kool & the Gang. Até a badalada estrela
vanguardista Björk convidou-o para fazer arranjos em dois de seus melhores
discos: POST (1995) e HOMOGENIC (1997).
Foi na bossa nova que o arranjador, produtor musical e
pianista carioca construiu sua carreira, tendo formado nos anos 60 a memorável
banda Os Catedráticos que contou, dentre outros com os bateristas Wilson das
Neves e Dom Um Romão.
INÚTIL PAISAGEM dedicado integralmente ao repertório
jobiniano foi sua estreia fonográfica solo, quando o artista tinha apenas 21
anos de idade. Não é a obra mais popular de Deodato. A música que dá nome ao
álbum “Inútil Paisagem”, mais lembrada pela insuperável interpretação ‘cool’ de
Wanda Sá (no álbum VAGAMENTE), tampouco figura entre as mais executadas de Tom
Jobim. Ainda assim, esse disco tornou-se fundamental na história da MPB.
O projeto arregimentou uma equipe de primeira linha que
inclui, dentre outros, Roberto Menescal, Oscar Castro Neves, Meirelles, Copinha
e Paulo Moura.
A produção foi assinada por Roberto Quartin, importante produtor musical que trabalhou com nomes como
Frank Sinatra e Carmen McRae, sendo também o criador da gravadora carioca
Forma. INÚTIL PAISAGEM foi o lançamento inaugural desse selo que teve em seu
catálogo álbuns seminais da MPB. Seu acervo viria a ser arrematado pela Philips/Polygram,
hoje Universal, a qual o disponibilizou em CD em 1999.
As qualidades do álbum foram atestadas por uma entusiástica
apresentação que consta na contracapa do LP escrita por ninguém menos do que o
próprio Jobim, que proclama: “É incrível que um rapaz de 21 anos possa escrever
para orquestra como Eumir escreve(...). É coisa que envolve toda uma técnica,
experiência, um passado de erros passados a limpo(...). Quanta coisa Deus deu a
Deodato”.
Com a bênção do maestro e reunindo versões básicas para
alguns de suas icônicas composições como “Garota de Ipanema”, “Meditação”, “Ela
é Carioca”, “Samba de uma Nota Só”, “Insensatez”, “Samba do Avião” e “O Morro
não Tem Vez”, o álbum acabou se firmando como um dos discos indispensáveis da
bossa nova.
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Faixas:
01 - Insensatez
(Tom Jobim/Vinícius de Moraes)
02 - Corcovado
(Tom Jobim)
03 - Só Tinha de
Ser Com Você (Tom Jobim/Aloysio de Oliveira)
04 - O Morro Não
Tem Vez (Tom Jobim/Vinícius de Moraes)
05 - Vivo
Sonhando (Tom Jobim)
06 - Ela É
Carioca (Tom Jobim/Vinícius de Moraes)
07 - O Amor Em
Paz (Tom Jobim/Vinícius de Moraes)
08 - Garota de
Ipanema (Tom Jobim/Vinícius de Moraes)
09 - Inútil
Paisagem (Tom Jobim/Aloysio de Oliveira)
10 - Samba de Uma
Nota Só (Tom Jobim/Newton Mendonça)
11 - Meditação
(Tom Jobim/Newton Mendonça)
12 - Samba do
Avião (Tom Jobim)
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